Vivemos em um mundo repleto de conexões que se engendram em nossas motivações primárias mais ocultas. Motivações que aparecem apenas quando direcionamos nossa atenção para a fragilidade de nossa psique primitiva e pouco assertiva. Percepções agudas e claras são raras. Contudo, são possíveis a medida que exercitadas com cautela e, sobretudo, com uma mente livre de juízos valorativos engessados por prescrições massivas.
A relação com o outro e com nós mesmos é cada vez mais efêmera. Entretanto, para quem sofre de insônia, o "deparar-se com limitações e frustrações" é algo inevitável. Não existe subterfúgios ou anestesias que possam amenizar a angústia de se perceber errante - apenas mais um transeunte na multidão.
Nesse momento de "contemplação" o cético/ pessimista ecoa no silêncio da noite. Doravante, tudo o que antes parecia sagrado se torna mórbido, então o odor pútrido inerente à civilização encobre a apatia. Assim, para os mais acostumados, a vida se torna cômica e muito mais leve. A insônia interpela a ordem natural e artificial das coisas. Ela desafia o tempo e a lógica. A insônia é o sintoma primevo para a dúvida incessante que não deixa o cético descansar. Ela emerge em momentos onde distrações massificantes perdem o vigor.
Sejamos mais cautelosos com a insônia... Talvez essa "anomalia" seja o último reduto da dúvida. A dúvida que desmembra nossas certezas e vaidades.
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